A Páscoa do Cristão
“Em Antioquia, foram os
discípulos, pela primeira vez,
chamados cristãos.” Atos 11.26b
Tenho registrada
em minha memória uma “doce” cena, de quando eu tinha aproximadamente uns sete
anos. Era Páscoa e estávamos todos na casa da minha avó paterna. Em seu jardim,
entre perfumadas roseiras de cores variadas e uma multiplicidade de outras
belas flores, esconderam alguns ovos de chocolate, e a “árdua” tarefa que cabia
a nós, crianças, era controlar a ansiedade e encontrar aquele precioso tesouro
camuflado entre as folhagens.
A minha infância passou, e hoje
entendo que aquela Páscoa, por mais divertida e alegre que fosse, estava
severamente prejudicada, porque naquela festividade faltava o principal... Jesus!
Esse festejo secular marcado por chocolates e coelhos risonhos pode ser chamado
de qualquer coisa, mas não guarda nenhuma relação com a Páscoa (no nosso caso,
especificamente a cristã, não obstante existir também a judaica), e por essa
razão é um momento vazio de qualquer propósito espiritual significativo.
A Páscoa só terá algum sentido se o
indivíduo se entender cristão, e o ser cristão não é um título honorífico ou
uma “palavra bonita”, mas uma identidade. Os seguidores de Jesus Cristo foram
chamados de cristãos por manifestarem, em suas atitudes, características de
quem seguia os ensinamentos de seu mestre (Cl 03.12-14). Cristãos eram aqueles
que pregavam e viviam a mensagem do evangelho, e por ela estavam dispostos a
morrer, como de fato morreram martirizados praticamente todos os apóstolos e
muitos dos primeiros discípulos... eram os que viviam sob o vínculo do amor!
Expressões como “tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24) só
farão sentido para aqueles que conhecem o sacrifício ao qual o Filho de Deus se
sujeitou por amar a humanidade, e para estes celebrar a Páscoa, a doce e
prazerosa Páscoa, realmente terá um significado especial. Não porque comerão
chocolate, mas porque tem para si uma promessa garantida com um selo real,
lavrada com o sangue do Cordeiro de Deus.
Pr. Euripedes Fraga
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