Cana quebrada, Pavio fumegante
“Não
esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que fumega”.
Isaias 42.03
Nasci e cresci na cidade grande. Em São Paulo era muito raro
termos problemas com o fornecimento de energia, por essa razão as noites
iluminadas não suscitavam nenhuma admiração. Certa ocasião, visitamos minha avó
que moravam em uma fazenda no interior de Goiás. Não fazia muito tempo que
haviam se instalado ali, e não contavam com luz elétrica. Ao anoitecer toda a
iluminação ficava por conta de lampiões e lamparinas de querosene. Quando o
combustível ia chegando ao seu fim, o pavio perdia sua força e a escuridão ia
gradativamente dominando o ambiente. Então alguém apagava definitivamente o
pavio, era o fim daquela branda luz.
A cana quebrada e o pavio que fumega falam das fraquezas
humanas. Frágil como uma cana amassada, que perdeu seu vigor e estala com
facilidade ao receber a menor pressão, sensível como o pavio que fumega, que é
agitado pelo mais insignificante dos ventos podendo vir a apagar a qualquer
momento. Qualquer tentação torna-se avassaladora, a mais ingênua das
provocações do inimigo torna-se uma tormenta. Para quem se vê na condição de
cana quebrada toda e qualquer luta é épica, aquele que se encontra como um
pavio fumegante se sente esvaído em suas forças, se vê impossibilitado de
sustentar a chama que parece ir se apagando. Mas não é o fim! Jesus é aquele
sobre quem o profeta falava. Ele não permitirá que a escuridão avance por sobre
nossas fragilidades, mas por Sua graça somos alimentados, dia após dia, e a
nossa chama permanece acesa. O vigor da cana n’Ele é restaurado, e resistimos
ao inimigo em todo o seu furor. O óleo
que alimenta o fogo no pavio é derramado por Ele em nossas lâmpadas, e nunca
faltará.
Pr. Euripedes Fraga
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